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terça-feira, 18 de setembro de 2012

TERAPIA COMPORTAMENTAL EMOTIVA RACIONAL

Albert Ellis é um famoso psicólogo e psicoterapeuta, dissidente de Freud, falecido em 24 de julho de 2007 aos 93 anos, que desenvolveu a Terapia do Comportamento Emotivo Racional (TCER, mais conhecida pela sigla em inglês REBT – Rational Emotive Behavior Therapy).
Autor de 75 livros, durante trinta anos apresentava conferências sobre suas terapias, e contribuiu em muito para o desenvolvimento das terapias cognitivas e comportamentais.

Numa época em que os modelos psicanalíticos estavam muito em voga, Ellis ensinava em Nova York que eles eram uma perda de tempo e era melhor que as pessoas praticassem os comportamentos de sucesso que desejavam desenvolver, ao invés de se questionarem por anos a fio do porquê manifestarem comportamentos inadequados.

Também  sugeria analisar os  comportamentos inadequados e eliciar (descobrir) as crenças irracionais que servem de base para tais comportamentos. E depois de destacar as consequências óbvias destes comportamentos, fazer um processo regressivo – isto é, do fim para o princípio – decidindo quais seriam os comportamentos desejados, estabelecer que crenças são adequadas para manifestar tais comportamentos e, por fim, praticar tais comportamentos até que tais crenças se tornassem naturais.

Ele tratava os distúrbios emocionais segundo o modelo ABC:
(A) Antecedentes
(B) Beliefs (Crenças)
(C) Consequências.

A técnica ABC ensina que, através de modelos cognitivos, as pessoas podem se conscientizar de que é possível superar suas próprias inibições através da detecção do que chamava de “pensamentos contraproducentes” e das crenças irracionais subjacentes, opondo a elas uma análise de sua sustentação empírica (baseada em fatos reais) e também do exercício de pensamentos e crenças mais úteis.

Os textos mais atuais tratam esta técnica como “ABCD”, sendo o (D) Debater, isto é, o confrontamento das crenças irracionais. Assim fica mais claro que apenas conhecer cognitivamente as (C) Consequências dos próprios comportamentos disfuncionais e das crenças irracionais não é suficiente; é necessário praticar comportamentalmente a mudança, isto é, o (D) Debate, seja no plano da linguagem ou da ação.

Os estudiosos de PNL (Programação Neurolinguística) muito se beneficiariam em estudar mais as teorias de Albert Ellis. Suas práticas são de fácil aplicação, sem necessidade de técnicas laboratoriais tão em voga nas terapias comportamentais atuais. A prática do metamodelo linguístico e do trabalho de modelagem, como também o trabalho de linguagem da PNL para a mudança de crenças, são muito enriquecidos com o conhecimento da REBT.

Entre os seus livros disponíveis no Brasil, estão “Como Conquistar sua Própria Felicidade”, “Fique Frio: como Manter a Calma em meio a pressões”, “Sexo sem culpa e sem medo” e “Caminho para a Libertação Feminina”. São meio difíceis de encontrar, mas espero que este post estimule as editoras (Ibrasa, Papelivros e Best Seller) a republicá-los…

Em 1970 Albert Ellis formulou uma lista de onze crenças irracionais, e asseverou que a oposição a elas produziria um ser humano mais satisfeito, motivado e eficiente.

O texto das crenças do autor está muito empolado para os dias atuais, e em alguns textos a lista das crenças difere ligeiramente. Já vi esta lista com doze itens.

Fazendo uma compilação de vários textos acabei encontrando treze itens importantes, ao invés de doze. E por isso aproveito para acrescentar minha contribuição, listando abaixo a minha interpretação, tanto da forma de listar as crenças irracionais quanto as sugestões do que considero a melhor abordagem cognitiva para sua confrontação.

Minhas Ressignificações:
1 – Extrema necessidade para o adulto ser amado ou aprovado por outra pessoa significativa.
Res: Os outros refletem o amor que sentimos por nós mesmos. Decida o que deseja ser, fazer e agir no mundo e se sentirá amado pela pessoa que mais importa: você mesmo.
2 – Certas pessoas são más e deveriam ser punidas.
Res: Ser mau ou bom é um ponto de vista após o acontecido. O importante é agir de forma justa no presente, ao invés de analisar o passado.
3 – É horrível e catastrófico quando as coisas não são do jeito que gostaríamos que fossem.
Res: Seria mais horrível se nunca houvesse nada inesperado. O mundo sem novidade é horroroso.
4 – A felicidade é externamente causada.
Res: felicidade é um hábito interno, isto é, o mundo é um jogo divertido, e não uma luta feroz.
5 – Devemos ficar preocupados com as coisas que podem ser perigosas ou assustadoras.
Res: O sentido do perigo é como a sirene do bombeiro: incômoda, mais muito útil. Mas quando já apagamos o fogo, não adianta deixar a sirene ligada. Prevenir-se de forma calma e atenta é muito mais garantido do que se preocupar.
6 – É mais fácil evitar do que enfrentar certas dificuldades ou responsabilidades.
Res: evitar é correr em círculos, sem sair do lugar. Enfrentar é subir uma escada, cada degrau levando para algo
7 – Precisamos nos apoiar em alguém ou alguma coisa mais forte do que nós próprios.
Res: Pense em uma tenda, onde todos os cordéis contrabalançam todos. Quando todos se sustentam e apoiam uns aos outros; somos em conjunto mais fortes.
8 – Deve-se ser inteiramente competente, adequado e realizador em todos os aspectos para ter valor.
Res: ser perfeito é muito chato e cansativo. Fazer bem algo é muito mais satisfatório do que fazer de tudo de forma medíocre.
9 – O passado de alguém é um determinante do seu comportamento para sempre.
Res: O passado é história, e o que conta é a interpretação dela no presente. Interprete-a da forma mais positiva possível e ela lhe servirá para um futuro melhor.
10 – Há uma solução certa, precisa e perfeita para os problemas humanos e precisamos encontrá-la para controlar a situação.
Res: Só há uma solução única para problemas previamente montados com soluções convergentes, tais como questões de escola. Na vida, os problemas são questões de soluções divergentes, isto é, “cobrir um santo descobrindo um outro”. As soluções reais são sempre uma questão de equilíbrio entre vários fatores.
11 – Os problemas e as preocupações de outras pessoas devem nos preocupar.
Res: Cada um tem sua cota de desafios no jogo da vida. Resolver os desafios dos outros torna o jogo de todos muito chato.
12  – As pessoas têm pouca ou nenhuma habilidade para controlar seus distúrbios emocionais e como se sente.
Res: A Habilidade vem com a prática.
13 – Não fazer nada ou protelar uma solução pode ajudar na resposta a uma solução de conflito.
Res: há pouquíssimas chances do adiamento ou protelação ser eficaz. É estatísticamente mais útil jogar uma moeda para o ar e fazer a opção que ocorrer. E é ainda mais útil esforçar-se para decidir a melhor solução, a partir do método de solução de problemas mais prático de todos, conforme descrito abaixo.

MÉTODO DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS “OPADIA”
(Orientação / Problema / Alternativas / Decisão / Implementação / Verificação)
Orientação
- distancie-se emocionalmente da questão;
Problema
- reconheça o problema e defina-o de forma sintética;
- especifique o que quer no lugar, isto é, a solução;
- transforme-a em uma pergunta, isto é, “como consigo sair daqui e chegar ali?”;
Alternativas
- colha informações;
- examine como e onde ocorre e como e onde não ocorre o problema e as soluções satisfatórias;
- liste hipóteses alternativas possíveis para a solução;
Decisão
- analise o custo/benefício de cada alternativa;
- tome a decisão de aplicar uma das alternativas, mesmo que de forma provisória;
Implementação
- acompanhe os efeitos da aplicação desta alternativa;
- crie uma estratégia para manter de forma constante a nova solução;
Verificação
- avalie se a implantação da alternativa atingiu os critérios da solução desejada previamente;
- se não atingiu, faça um novo ciclo de análise do problema, até ficar satisfeito com os resultados;
- faça checagens periódicas, seja para manter ou para aprimorar a solução, readequando às mudanças ambientais.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

DEPENDENCIA AFETIVA



As pessoas dependentes afetivamente, quase sempre,  possuem baixa autoestima, se sentem sozinhas e tem medo da solidão , são inseguras, não confiam em si nem nos outros- sempre estão na expectativa se o outro vai abandoná-la , excessivamente carentes, ciumentas e possessivas, exigindo total atenção do outro. São aquelas pessoas que precisam de aprovação o tempo todo, que não vê defeitos no objeto amado ou, quando vê, acredita que com o tempo conseguirá mudar, é apenas uma fase.  São as pessoas que, podem,  imitam os amigos, se vestindo igual a eles e que se irritam quando outras pessoas entram em suas relações relação. A pessoa pode ter todas essas característica de modo brando, alternando entre uma e outra e não ser uma dependente emocional, contudo quando as características estão presentes quase o tempo todo em quase todas as relações, existe um problema sim!
Nem sempre  a pessoa está consciente – conhece -  a forma como  está se comportando,  o que na realidade é  um grande problema, ela percebe o seu comportamento como que normal. A dependência emocional  é desgastante, para os dois lados da relação, o dependente  não entende que não encontramos a segurança fora, nos  relacionamentos, que a segurança  tem que dela, da autoestima, da autovalorização, da autoconfiança e do autoconhecimento, o outro lado, por sua vez, sente-se sufocado.
O dependente afetivo não consegue terminar os relacionamentos, por mais que ele sofra e por mais que ele saiba que faz os outros sofrerem, pois acreditam que são incapazes de sair desse relacionamento e encontrar a felicidade. Como foi dito a dependência é uma relação , então compreende de mais de uma pessoa,  DEPENDÊNCIA AFETIVA É UMA VIA DE MÃO DUPLA, ninguém é dependente sozinho. A palavra significa subordinação, sujeição, e estar subordinado necessita de algo/alguém que complete a relação.
Para superar a dependência afetiva o primeiro passo é aceitar que isso é um problema  e  procurar  terapia que  precisa ser contínua, constante e persistente é no processo terapêutico que a pessoa irá se conhecer, refletir,  conhecer as suas responsabilidades e de seus potenciais.

Tratamentos em grupos anônimos
MADA (mulheres que amam demais anônimas)
CODA (codependentes anônimos)
HADA (homens que amam demais anônimos).

Abaixo o link para o livro Mulheres que amam demais. Deve ser lido por todos independentemente do gênero.