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quinta-feira, 10 de julho de 2014

PORQUE SENTIMOS MEDO?




Instinto

Se não tivéssemos medo, não teríamos nenhum receio  de carros em alta velocidade, de animais venenosos e de doenças contagiosas. Tanto nos seres humanos como nos animais, o medo tem por objetivo promover a sobrevivência.  Com o decorrer do tempo, as pessoas que sentiram medo, tiveram mais pressão evolutiva favorável.  
Durante a polêmica que existia no século XIX a respeito da evolução, a "face do medo" (a expressão de olhos arregalados e boca aberta que costuma acompanhar o medo extremo) se tornou motivo de discussão. Por que as pessoas fazem essa expressão quando estão aterrorizadas?
Alguns diziam que Deus deu a todas as pessoas uma maneira para que outras soubessem que estavam com medo caso não falassem a mesma língua. Charles Darwin, por outro lado, disse que isso era o resultado de um enrijecimento instintivo dos músculos disparado por uma resposta desenvolvida para o medo e, para provar isso, foi à seção de répteis do zoológico de Londres. Tentando permanecer totalmente calmo, aproximou-se o máximo possível do vidro enquanto uma víbora disparava em sua direção do outro lado. Em todas as tentativas, ele fez aquela cara e pulou para trás. Em seu diário, ele escreveu: "minha força de vontade e razão estavam impotentes contra a imaginação de um perigo pelo qual jamais havia passado". A conclusão a que chegou foi a de que toda a reação ao medo é um instinto antigo intocado pelas nuanças da civilização moderna [ref - em inglês].
A maioria de nós não precisa mais lutar (ou correr) por nossas vidas na selva, mas o medo está longe de ser desaparecer, pois continua servindo ao mesmo propósito que servia na época em que se encontrava com um leão enquanto se trazia água do rio. A diferença é que agora  carregamos carteiras e andamos pelas ruas da cidade. A decisão de usar ou não aquele atalho deserto à meia-noite é baseada em um medo racional que promove a sobrevivência. Na verdade, o que mudou foram só os estímulos, já que corremos o mesmo risco que corríamos há centenas de anos e nosso medo ainda serve para nos proteger da mesma forma que nos protegia antes.
A maioria de nós jamais esteve perto da peste bubônica (epidemia que atacou a Europa na época medieval), mas nosso coração dispara ao vermos um rato. Para o ser humano, além do instinto, também há outros fatores envolvidos no medo. O ser humano pode ter o dom da antecipação , o que nos faz imaginar coisas terríveis que poderiam acontecer: coisas sobre as quais ouvimos, lemos ou vimos na TV. A maioria de nós nunca vivenciou um acidente de avião, mas isso não nos impede de sentar em um avião e agarrar firme nos apoios dos braços. A antecipação de um estímulo de medo pode provocar a mesma reação que teríamos se vivêssemos a situação real e isso também é um benefício obtido com a evolução.
A maior parte desses medos entra com eles na vida adulta.
Outros medos comuns incluem falar em público, ir ao dentista, dor, câncer  e cobras. Muitos de nós tememos as mesmas coisas. Será, então, que existem medos universais? Coisas que todos tememos?
Alguns estudos mostram que os seres humanos podem ser geneticamente predispostos a temer determinadas coisas como aranhas, cobras e ratos, todos eles animais que já apresentaram um perigo real pelo fato de serem venenosos ou carregarem doenças. O medo de cobras, por exemplo, já foi encontrado em pessoas que nunca estiveram frente a frente com uma cobra. Isso faz sentido se pensarmos no medo como um instinto evolucionário incrustado no consciente humano.
Essa ideia do medo universal é apoiada por várias fontes famosas, programas populares da TV como o "Fear Factor" (Fator medo) da rede americana NBC. 
E essa ideia também é apoiada por pesquisas científicas. O psicólogo Martin Seligman realizou um experimento de condicionamento no qual mostrava aos participantes fotos de certos objetos e lhes dava um choque elétrico em seguida. A ideia era criar uma fobia (um medo intenso e irracional) do objeto da foto. Quando era uma foto de algo como uma aranha ou uma cobra, bastavam de dois a quatro choques para estabelecer uma fobia, mas quando a foto era de algo como uma flor ou árvore, eram necessários muito mais choques para que se estabelecesse um medo real.
No entanto, embora possa haver medos universais, também há medos específicos de certos indivíduos, comunidades, regiões ou mesmo culturas. Alguém que cresceu na cidade grande provavelmente tem um medo mais intenso de ser roubado do que alguém que passou a maior parte de sua vida na fazenda. Pessoas que vivem no Sul da Flórida podem ter um medo maior de furacões do que pessoas que vivem no Kansas. Por outro lado, as pessoas que vivem no Kansas podem ter um medo mais profundo de tornados do que as pessoas que vivem em Vermont. As coisas de que temos medo dizem muito sobre as experiências que já tivemos. Por exemplo, existe uma fobia chamada de taijin kyofusho, que é considerada pela comunidade psiquiátrica (de acordo com o DSM IV - Manual de estatísticas e diagnósticos de doenças mentais - em inglês) como uma "fobia culturalmente específica do Japão". Para você não ficar curioso, ela é o "medo de ofender outras pessoas por um excesso de modéstia ou de respeito", uma fobia específica, cuja criação se deve aos complexos rituais sociais que permeiam a vida dos japoneses.
Sentir medo de vez em quando faz parte da vida. O problema é viver com medos crônicos que podem debilitar uma pessoa tanto física quanto emocionalmente, já que viver com uma resposta imunológica debilitada pode acarretar várias doenças.

Fobias
Uma fobia é um temor intenso e persistente que não se baseia em nenhum sentido racional de perigo iminente e impede que o portador participe de atividades que possam desencadeá-la.
Existem três tipos principais de fobias:
Agorafobia : medo de lugares difíceis de escapar ou onde a ajuda pode não estar prontamente disponível caso algo de ruim aconteça.
Fobia social: medo de encontros com outras pessoas.
Fobias específicas: medo de uma coisa ou situação específica, como cobras, falar em público, altura ou sangue.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

FÁBULA - A TARTARUGA




Aos cento e dois anos, a crise da meia-idade atingiu a Tartaruga. Sentia-se insatisfeita, cansada da rotina. Infeliz, quase entrou em depressão.

Decidiu que precisava de mudanças em sua vida. Iria começar pela casa. Chamou o João-de-Barro, maior especialista em imóveis na floresta, e saíram em busca de um novo lar. A Tartaruga sabia que sua felicidade estaria na nova casa.

Procuraram e procuraram e procuraram e nada encontraram. Nada satisfazia a Tartaruga. Nenhum lar transmitia a sensação de felicidade que ela procurara.

Enquanto caminhavam, cabisbaixos, a Tartaruga e o João-de-Barro pararam no riacho. Ela olhou para a água e viu o que tinha às costas. Subitamente, tomada de alegria, exclamou:

- Obrigado, seu João, mas não preciso mais dos seus serviços. A casa que eu sempre quis está bem aqui comigo.

Em si mesma, encontrava a felicidade que tanto buscou.

sábado, 1 de junho de 2013

HIPOTIREOIDISMO



 



Essas últimas semanas tenho passado por dias difíceis o descontrole da tireoide continua grande, talvez por outros motivos hormonais  estou muito descompensada, coitado de quem está convivendo comigo, a vantagem é que tenho uma chave liga desliga para as horas do trabalho, quando abro a porta do consultório meu cérebro toma outro rumo e prumo.
A labilidade de humor é um sintoma que me incomoda muito, estou bem e no momento seguinte a tristeza aparece, o difícil é explicar às pessoas  que essa tristeza, ou esse comportamento, que as pessoas catalogam como tristeza não tem relação com qualquer situação que tenha, esteja ou que venha acontecer, é um processo químico no meu corpo. 
O Médico aumentou a dosagem do remédio e disse que não preciso de antidepressivo, não é ele quem sente  o que eu sinto e nem convive comigo rs...Darei um jeito nessa situação. Labilidade de humor, sem vontade de fazer nada, na realidade tenho sim vontade de deitar e  dormir até essa situação passar, como não posso fui ao santo google buscar algumas coisas: chás, etc,  que pudessem fazer bem para o equilíbrio da minha produção hormonal.

Descobri que faço 99% de coisas erradas e que para acertar vai ser difícil, meu cafezinho com pão de todos os dias...ai..ai...ai espero que seja útil  mais alguém que esteja na mesma situação que eu, tipo esquecendo as vezes até para onde está indo quando está dirigindo.

 Sobre a Nutrição

As desordens na tireoide atingem milhões de pessoas em todo o mundo. O tratamento, na maioria das vezes é baseado na reposição hormonal. No entanto, a alimentação tem papel fundamental na melhora e prevenção do problema.

A tireoide é uma glândula em forma de borboleta situada na parte da frente do pescoço. É ela a responsável pela liberação de hormônios que garantem o funcionamento de todo o organismo. Quando os níveis hormonais tornam-se muito baixos hipotireoidismo ou muito altos hipertireoidismo, vários sintomas podem ser desencadeados.

Os principais sintomas dos desequilíbrios da tireoide são: perda ou ganho de peso; inchaço no pescoço; alterações no ritmo cardíaco; alterações no humor; falta de energia ou agitação; queda de cabelo; sensação de muito frio ou muito calor; pele seca e unhas quebradiças; prisão de ventre ou diarreia; alteração no ciclo menstrual.

Entre as principais causas dos problemas na tireoide está uma dieta desequilibrada, com deficiência de micronutrientes fundamentais para o funcionamento da glândula como iodo, selênio, zinco e ferro.

O tratamento, na maioria dos casos é baseado em medicamentos para reposição hormonal. No entanto, além do tratamento médico, uma alimentação adequada pode potencializar os efeitos do tratamento, bem como, ajudar na prevenção dos distúrbios.

Alguns alimentos podem auxiliar no tratamento de doenças da tireoide:

- Algas marinhas: excelentes fontes de iodo e com quantidades consideráveis de selênio – nutrientes fundamentais para a produção de hormônios pela tireoide. As algas kombu, wakame, hijiki podem ser adicionadas ao arroz, sopas e saladas e, ainda, podem ser consumidas na forma de cápsulas Chlorella, Spirulina, Lithotamnium, Kelp, Agar Agar.

- Óleo de peixe: assim como as algas marinhas, o óleo de peixe também é rico em iodo. Sem iodo, o corpo não é capaz de produzir os hormônios tireoidianos.

Atenção: o consumo excessivo de alimentos fontes de iodo pode prejudicar a saúde da glândula tireoide. Portanto, a palavra-chave é moderação!

- Castanha do Brasil (castanha do Pará): rica em selênio, mineral com potente ação antioxidante e desintoxicante, além de participar como matéria prima na formação do hormônio T4 e da conversão deste em sua forma ativa T3.

O selênio atenua processos inflamatórios em pacientes com tireoide autoimune.

!A castanha é uma ótima opção para lanches ou, se desejar, pode ser triturada e adicionada a sucos e saladas!

- Semente de abóbora, nozes, cereais integrais: excelente fonte de zinco, mineral que também participa da conversão do hormônio T4 para T3. Sua deficiência pode reduzir os níveis de T3 e T4.

- Abacate: rico em magnésio e tirosina, que melhoram cansaço, depressão e equilibra os hormônios da tireoide.

Alguns alimentos devem ser evitados por pessoas que tenham doenças na tireoide. Veja quais são:

  • Água clorada - a nossa água é tratada com o cloro. O cloro compete com o iodo e acabamos consumindo excesso de cloro e falta de iodo, prejudicando o bom funcionamento da glândula. Não tome água clorada.
  • Sucralose - o sucralose é um adoçante que tem cloro na composição e também capta iodo.
  • Suco verde - o suco verde é maravilhoso (aquele que você faz com couve e toma para desintoxicar), no entanto, para quem tem problemas na tireóide, o suco verde pode atrapalhar. Não se deve tomá-lo todos os dias, pois vegetais crucíferos (couve, couve-de-bruxelas, brócolis, repolho) atrapalham o bom funcionamento da tireóide. Evite o excesso. Não precisa cortar da alimentação, o que não pode acontecer é o consumo diário. Isso acontece com vegetais crucíferos em sua forma crua. Na sua forma cozida, o glicosinolato perde a sua toxicidade para a tireóide, por assim dizer.
  • Soja - não fermentados: alimentos à base de soja não fermentada podem contribuir para doença autoimune da tireoide, pois a isoflafona presente na soja pode afetar a função da glândula. Ao consumir soja, no caso de pacientes portadores de doenças tireoidianas, deve-se consumir pequenas quantidades do alimento e optar pela soja fermentada, como o missô e o tempeh.
  • Glúten - pesquisas têm demonstrado que o glúten também atrapalha esse bom funcionamento da glândula. O glúten é uma proteína presente no trigo, aveia, cevada, malte e centeio.
  • Toxinas - as toxinas deixam a tireóide mais lenta. É necessário fazer exame laboratorial para ver como está o nível de mercúrio no sangue
  • Estresse - excesso de cortisol pode atrapalhar também. Avalie seu nível de estresse pois é perigoso tratar a tireóide sem tratar o estresse. Existem alimentos que combatem esse cortisol elevado e para isso procure um nutricionista, pois é um tratamento sério.
  • Café/chá verde: devido ao teor de cafeína – potente estimulante. Pode prejudicar pacientes com hipertireoidismo. Além disso, seu consumo pode interferir na absorção de iodo e outros micronutrientes, inibindo a formação dos hormônios tireoidianos. 
OBS: os benefícios dos vegetais crucíferos são enormes, então não deixe de consumi-los ok? Faça esse favor a você mesmo e não seja neurótico. O excesso é que deve-se evitar, como tudo na vida!


Dica da nutricionista: opte pelos alimentos orgânicos, pois são livres de metais pesados que aumentam o risco de desenvolvimento de problemas na tireoide. 

(texto apoiado em alguns artigos retirados na internet)

quinta-feira, 15 de março de 2012

15 MARÇO DIA DO CONSUMIDOR

CONSUMO CONSCIENTE

A partir desse mês iniciaremos no Jornal Direção uma série de reportagens sobre Responsabilidade Social e Cuidado com o Meio Ambiente.
Uma das principais formas de cuidar do meio ambiente é contribuir com nossa atitude diária, ou seja, nossos hábitos.
Traremos assim uma séria de artigos que instigam a reflexão sobre o que influencia nossa vida pessoal, familiar e comunidade, interfere em escolhas e refletem assim o resultado de vivermos em sociedade.
Cuidar do Ambiente em que vivemos, é cuidar acima de tudo da Vida, garantindo sua continuidade.
Então vamos iniciar pelo Consumo Consciente.

O QUE É O CONSUMO CONSCIENTE?

O consumo consciente é o consumo que equilibra a prosperidade econômica, a justiça social e a sustentabilidade do meio ambiente. Esta filosofia visa justamente desenvolver no consumidor atitudes e valores que permitam a ele e à sua comunidade uma qualidade de vida melhor e mais sustentável.

O consumidor consciente pode influir positivamente na sociedade, pois com seu poder de escolha, ele pode determinar que tipo de empresas ele quer na sua sociedade e, como formador de opinião, estabelece comportamentos que deverão ser seguidos pelos outros.
Se ele preferir os produtos, daquelas empresas que trazem benefícios, ajudam a preservar o ambiente e investem em ações sociais, ajudará a criar um mundo melhor não só para ele, mas para todas as pessoas.
Um exemplo de comportamento positivo é a separação de lixo para reciclagem. É algo que provoca pouco impacto no cotidiano de quem separa, mas que pode ajudar a manter uma cooperativa de catadores e a diminuir o volume de lixo que vai para os aterros.
Ao consumir produtos, serviços ou recursos naturais, o consumidor consciente leva em conta suas necessidades pessoais, o impacto no meio ambiente e o bem-estar social. Ele reconhece as ações de responsabilidade social das empresas, prestigiando ou punindo as mesmas de acordo com sua atuação na sociedade.
Ele leva em consideração, por exemplo, se a empresa polui o meio ambiente, se emprega trabalho infantil, se usa madeira extraída ilegalmente e se a embalagem é reciclável, para que ele possa separá-la para a coleta seletiva.
O consumidor consciente, portanto, é o cidadão que percebeu que o simples ato de ir às compras coloca em suas mãos um enorme poder transformador. E que, com pequenos e rotineiros gestos, ele pode mudar o mundo.

Fonte: Instituto Akatu / Desenvolvimento

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

SER FELIZ NA MEDIDA CERTA

Ser feliz é uma das maiores preocupações de nossa sociedade hoje. Ela se manifesta na cultura popular, em livros de autoajuda, terapias e palestras de motivação. Não é para menos. Há fortes evidências sobre os benefícios de ter mais emoções positivas, menos emoções negativas e de estar satisfeito com a vida - os 3 pilares da felicidade. No entanto, essa história também tem dois lados. Se for vivida em excesso , na hora errada e no lugar errado, a felicidade pode levar a resultados indesejados. E, inclusive, não ser saudável.

É o que indicam estudos recentes. Níveis moderados de emoções positivas favorecem a criatividade, mas níveis altos não. Crianças altamente alegres estão associadas com o maior risco de mortalidade na idade adulta por seu envolvimento em comportamentos arriscados. Isso porque uma pessoa muito feliz teria menos probabilidade de discernir as ameaças iminentes. Aqui, na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, fizemos uma pesquisa com 20 mil participantes saudáveis de 16 países. E encontramos os maiores níveis de bem-estar naqueles que tinham uma relação moderada entre emoções positivas e negativas em sua vida diária. Também vimos que níveis moderados (não extremos) de sentimentos positivos estão ligados à redução de sintomas de depressão e ansiedade, além do aumento da satisfação pessoal.

Como você pode perceber, felicidade não é uma só. Ela vem em diferentes sabores. Varia, por exemplo, segundo a dimensão do estímulo (excitação x calma) ou do engajamento social (compaixão x orgulho). Certos tipos de felicidade são muito autofocados e, por isso, acabam sendo mal-adaptados. É o caso do orgulho, geralmente ligado às conquistas e ao status social. O orgulho pode ser bom em certos contextos, mas também tem sido associado à agressividade e ao risco de desenvolver transtornos de humor, como a mania.

A própria busca por ser feliz também pode ser contraproducente. Muitas vezes, aliás, quanto mais as pessoas procuram a felicidade, menos parecem capazes de obtê-la. A razão é simples: elas concentram tanta energia e expectativa nesse esforço que os eventos felizes, como festas e encontros com amigos, acabam sendo decepcionantes. Em adultos jovens e saudáveis, essa busca incessante pela felicidade tem sido ligada ao maior risco de mania e depressão.
O que fazer então? É impossível ser feliz o tempo todo ou em todo lugar. Não vale a pena nem tentar. Pense na situação em que você deseja (ou é mais relevante para você) ser feliz. E não se esqueça: não desmereça os sentimentos negativos. A tristeza, por exemplo, é parte da experiência humana e não necessariamente é ruim. Ela até nos ajuda a manter os pés no chão.

Tentar maximizar emoções positivas e minimizar as negativas, portanto, nem sempre é uma boa. O equilíbrio é fundamental.

* June Gruber é professora de psicologia na Universidade de Yale, nos EUA.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

PSICOLOGIA POSITIVA

Por mais de 60 anos, a psicologia trabalhou com o modelo de doença, e consistia em encontrar o que há de errado com você.

O bom é que há 60 anos nenhuma das doenças eram tratáveis, e agora 14 das doenças são tratáveis, 2 delas curáveis.

Outra coisa que aconteceu é que uma ciência se desenvolveu, uma ciência de doença mental.

Descobrimos que podemos usar conceitos pouco claros como depressão, alcoolismo, e medí-los com rigor; que podemos criar uma classificação das doenças mentais; que podemos entender as causas das doenças mentais;

Podemos observar as mesmas pessoas ao longo do tempo - pessoas que, por exemplo, são geneticamente vulneráveis à esquizofrenia, e perguntar qual a contribuição dos cuidados maternos, da genética, e podemos isolar outras variáveis, fazendo experimentos com as doenças mentais.

E o melhor de tudo, pudemos inventar tratamentos com remédios e psicológicos, e depois pudemos testá-los rigorosamente em testes com distribuição randômica e controle com placebos - jogar fora as coisas que não funcionaram e manter as que funcionaram.

A conclusão disso tudo é que a psicologia e a psiquiatria conseguem tornar pessoas extremamente infelizes em menos infelizes. Estou orgulhoso disso. Mas há 3 consequências:

  • A primeira é moral - psicólogos e psiquiatras se tornaram vitimólogos, patologizadores; nossa visão da natureza humana era que se você estivesse com problemas é porque caíram tijolos em você. E nos esquecemos que as pessoas fazem escolhas e tomam decisões. Esquecemos responsabilidade. Esse foi o primeiro ponto negativo.
  • O segundo ponto negativo foi que esquecemos de melhorar a vida de pessoas comuns. Esquecemos da missão de fazer pessoas relativamente sem problemas mais felizes, mais realizadas, mais produtivas, e "gênio", "talentoso", se tornaram palavras sujas. Ninguém trabalha com isso.
  • E o terceiro problema com o modelo de doença é, na nossa correria em fazer algo pelas pessoas com problemas, para fazer algo para consertar danos, nunca nos ocorreu desenvolver intervenções para fazer as pessoas mais felizes, intervenções positivas.

Foi isso que levou pessoas como Nancy Etcoff, Dan Gilbert, Mike Csikszentmihalyi e eu mesmo a trabalhar com algo que chamo de psicologia positiva, que tem 3 objetivos:

  • O primeiro é que a psicologia deveria estar tão preocupada com os pontos fortes do ser humano quanto com suas fraquezas.
  • Deveria estar tão preocupada com desenvolver os pontos fortes quanto com consertar danos.
  • Deveria se interessar pelas melhores coisas da vida, e deveria se dedicar à fazer a vida de pessoas comuns mais gratificante e a desenvolver genialidade, promover talentos.

Então durante os últimos 10 anos, temos visto o começo de uma ciência de psicologia positiva: uma ciência sobre o que faz a vida valer a pena.

Acontece que podemos medir diferentes formas de felicidade. E qualquer um de vocês, de graça, pode visitar o website AuthenticHappiness.org e fazer toda a gama de testes de felicidade. Vocês podem consultar como se comparam em relação a emoções positivas, a sentido, a fluidez (flow), com dezenas de milhares de outras pessoas.

Criamos o oposto do manual de diagnóstico de insanidades: uma classificação dos pontos fortes e virtudes que considera como se comportam em homens e mulheres, como são definidos, como diagnosticá-los, o que os constrói e o que os atrapalha.

Percebemos que podíamos descobrir as causas dos estados positivos, a relação entre atividade no hemisfério esquerdo e atividade no hemisfério direito como causa de felicidade.

Começando há 6 anos, perguntamos sobre pessoas extremamente Felizes, e como elas se diferenciam do resto de nós?

Elas não são mais religiosas, não estão em melhor forma, não têm mais dinheiro, não são mais bonitas, não têm mais situações boas e menos situações más.

A única maneira pela qual se diferenciam: elas são extremamente sociais. Elas não passam tempo sozinhas. Cada uma delas está em um relacionamento amoroso e cada uma tem um repertório rico de amigos.

Mas prestem atenção. Estes são apenas dados correlacionais, não causais, e é sobre felicidade primeiro no sentido Hollywoodiano que vou falar: felicidade transbordante e risadinhas e bem estar. Afirmo a vocês que isto não está perto de ser suficiente.

Descobrimos que podíamos começar a olhar as intervenções ao longo dos séculos, do Buda a Tony Robbins. Cerca de 120 intervenções foram propostas que se afirma que tornam as pessoas mais felizes.

E constatamos que pudemos procedimentar muitas delas, e realizar estudos de eficácia e eficiência com distribuição randômica. Isto é, quais intervenções tornam as pessoas felizes de forma duradoura?

Além da missão de curar os que possuem doenças mentais, e além da missão de tornar pessoas extremamente infelizes menos infelizes, é se a psicologia realmente pode tornar as pessoas mais felizes?

Acredito que há 3 vidas felizes diferentes:

  • A primeira vida feliz é a vida prazerosa. Uma vida na qual você tem tantas emoções positivas quanto puder, e as habilidades para amplificá-las.
  • A segunda vida é uma vida de envolvimento. Uma vida de trabalho, cuidados com os filhos, amores, lazeres, o tempo pára para você. É sobre isso que Aristóteles falava (endemonia).
  • E terceiro, a vida com significado. Agora quero falar um pouco sobre cada uma destas vidas e o que sabemos sobre elas.

A primeira vida é a vida prazerosa e é simplesmente o melhor que pudermos encontrar, é ter todos os prazeres que puder, toda a emoção positiva que puder, e aprender as habilidades, saborear, atenção no presente, que os amplifiquem, que os alongue pelo tempo e espaço.

Mas a vida prazerosa tem 3 inconvenientes, e é por isso que a psicologia positiva não é felicidadologia.

O primeiro inconveniente é o fato de que a vida prazerosa, a sensação de emoção positiva, é cerca de 50% hereditária, e na verdade não muito alterável.

Em segundo lugar, acostuma-se rápido com a emoção positiva. É como sorvete de baunilha, a primeira mordida é 100%, mas ao chegar na sexta mordida, já era.

E isso leva à segunda vida. E eu tenho que contar-lhes sobre meu amigo, Len. Em duas das três grandes áreas da vida, Len tinha um enorme sucesso.

A primeira área era o trabalho. Quando estava com 20 anos, era um negociante de opções de ações. Quando estava com 25, era um multi-milionário e o dono de uma empresa de corretagem de opções.

A segunda área, o jogo: ele é um jogador campeão nacional de bridge.

Mas na terceira grande área da vida, amor, Len é um fracasso absoluto. E a razão disso era que Len tem sangue frio. É um introvertido. As mulheres americanas diziam ao Len, quando saíam com ele "você não é divertido, vai passear".

Len era rico o suficiente para poder pagar psicanalistas famosos, os quais por cinco anos tentaram encontrar o trauma sexual que de alguma forma havia trancado sua emoção positiva dentro de si. Mas acontece que não havia trauma sexual.

A pergunta é, Len é infeliz? E eu quero dizer que não. Penso que Len é uma das pessoas mais felizes que conheço. Ele não está condenado ao inferno da infelicidade e a causa disso é que Len, como a maioria de vocês, é enormemente capaz de fluidez (flow).

Quando ele entra na bolsa de valores às 9:30h, o tempo pára para ele. E pára até o fechamento. Quando a primeira carta é jogada, até 10 dias depois quando o torneio está encerrado, o tempo pára para Len.

E é sobre isso, de fato, que Mike Csikszentmihalyi tem falado, sobre fluidez (flow), e é diferente de prazer de uma maneira muito importante. O prazer é um sentimento puro: você sabe que está acontecendo. É pensamento e sentimento.

Durante a fluidez, você não sente nada. Você e a música são um só. O tempo pára. Você tem intensa concentração. E esta é realmente a característica do que consideramos boa vida.

Achamos que há uma receita pra isso, e é saber quais são seus melhores pontos fortes. E de novo, há um teste válido de quais são seus 5 pontos fortes. E então remodelar sua vida para usá-los o máximo possível. Remodelar seu trabalho, seu amor, seus jogos, suas amizades, seus cuidados com os filhos.

Apenas um exemplo: uma pessoa com quem trabalhei era um empacotador em um supermercado. Odiava seu trabalho. Ela está trabalhando para pagar a faculdade. Seu ponto mais forte era inteligência social, então ela remodelou empacotar para fazer do encontro com ela o ponto alto social do dia de cada cliente.

É claro que ela falhou. Mas o que ela fez foi pegar seus pontos fotes, e remodelar o trabalho para usá-los o máximo possível. O que você consegue com isso não é um sorriso de orelha a orelha. O que você consegue é mais absorção. Então esse é o segundo caminho.

O primeiro caminho, emoções positivas. O segundo caminho é o da fluidez da eudemonia.

E o terceiro caminho é o significado. Esta é a mais venerável das felicidades, tradicionalmente. E significado nesta visão consiste em saber quais são seus pontos fortes, e usá-los para pertencer a e em serviço de algo maior que você.

Eu mencionei que para todos os três tipos de vida, a vida prazerosa, a vida boa, a vida com sentido, as pessoas estão trabalhando para responder a pergunta: existem coisas que mudam estas vidas de forma duradoura?

E a resposta parece ser sim. E vou dar-lhes alguns exemplos disso. Isto tem sido feito de uma maneira rigorosa. Fazemos randomização, controle de placebo, estudos de longo prazo de diferentes intervenções.

E apenas para exemplificar o tipo de intervenções que descobrimos que têm efeito, quando ensinamos às pessoas sobre a vida prazerosa, como ter mais prazer em sua vida, uma das tarefas é pegar as habilidades de atenção no presente, habilidades de saborear, e lhe damos a tarefa de criar um lindo dia.

No próximo sábado, separe um dia, crie um lindo dia para você, saboreando e ficando atento no presente para realçar estes prazeres. E podemos mostrar que deste modo a vida prazerosa é melhorada.

Visita de gratidão. Gostaria que lembrassem de alguém que fez algo imensamente importante que mudou sua vida em uma direção boa, e a quem você nunca agradeceu apropriadamente. A pessoa tem que estar viva. Eu espero que todos vocês tenham uma pessoa como essa.

Sua tarefa é escrever um depoimento de 300 palavras para essa pessoa, telefonar para ela, perguntar se pode visitá-la, não diga o porquê, aparecer na porta da casa dela, você lê o depoimento. O que acontece é que quando testamos as pessoas uma semana, um mês, três meses depois? Ambas estão mais felizes e menos deprimidas.

Outro exemplo é um encontro de pontos fortes, no qual pedimos à casais para identificar seus pontos mais fortes no teste de pontos fortes, e então projetar uma tarde na qual ambos usem seus pontos fortes, e percebemos que este é um fortalecedor de relacionamentos.

E diversão versus filantropia. Nós fazemos com que as pessoas façam algo altruístico e algo divertido, e comparem. E o que se descobriu é que quando você faz algo divertido tem a forma de uma onda quadrada. Quando você faz algo filantrópico para ajudar outra pessoa, isso dura e dura. Então estes são exemplos de intervenções positivas.

Então a penúltima coisa que quero dizer é que estamos interessados em quanta satisfação com a vida as pessoas têm, pois isso mostra como você realmente é . E esta é nossa variável objetivo.

Fazemos a pergunta em função das três diferentes vidas, quanta satisfação com a vida você tem?

Então perguntamos - e temos feito isso em 15 repetições envolvendo milhares de pessoas - em que extensão a busca pelo prazer, a busca por emoção positiva, a vida prazerosa, a busca de envolvimento, o tempo parando para você, e a busca por sentido contribuem para a satisfação com a vida?

Nossos resultados nos surpreenderam, foram o oposto do que pensávamos.

Acontece que a busca pelo prazer não tem quase nenhuma contribuição para a satisfação com a vida.

A busca por sentido é a mais forte. A busca de envolvimento também é muito forte. Onde o prazer importa, é quando você tem tanto envolvimento quanto significado, aí o prazer é a cereja com chantily.

Isto quer dizer que na vida completa, a soma é maior que as partes se você tem todas as três. Inversamente, se você não tem nenhuma das três, é a vida vazia.

E o que estamos perguntando agora é se saúde física, morbidez, longevidade e produtividade, seguem a mesma relação?

Isto é, em uma empresa, será que a produtividade é uma função da emoção positiva, do envolvimento e do sentido?

Será que a saúde é uma função de envolvimento positivo, de prazer, e de significado na vida?

Há motivos para se pensar que a resposta para ambas estas perguntas pode muito bem ser sim.

Nós todos sabemos que tecnologia, entretenimento e design têm sido, e podem ser, usados para fins destrutivos.

Nós também sabemos que tecnologia, entretenimento e design podem ser usados para aliviar miséria.

E a propósito, a diferença entre aliviar miséria e construir felicidade é extremamente importante.

Eu pensava, quando eu me tornei um terapeuta há 30 anos, que se eu fosse bom o suficiente para tornar alguém não deprimido, não ansioso, sem raiva, que eu o faria feliz. Eu descobri que o melhor que se podia fazer era chegar a zero. Mas eles estavam vazios.

O paralelismo que isso mantém com a tecnologia, entretenimento e design, acredito, é que é possível que estes três motores do nosso mundo aumentem a felicidade, aumentem a emoção positiva, e é assim que eles tipicamente têm sido usados.

Mas uma vez que você fracione a felicidade da maneira que eu faço, não apenas em emoção positiva - isso não está nem perto de ser suficiente - há também a fluidez na vida, e há sentido na vida.

Eu acredito que também entretenimento, tecnologia e design, podem ser usados para aumentar também o envolvimento e o significado da vida.

Para concluir, com tecnologia, entretenimento e design, nós podemos de fato aumentar a quantidade de felicidade humana no planeta.

Se a tecnologia, o entretenimento e design puderem na próxima década, ou na seguinte, aumentar a emoção positiva, eudemonia, fluidez, e significado, o que estamos todos fazendo juntos se tornará suficientemente bom.

Fonte: Blog Martin Seligman

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

SÍNDROME DO "FIM DE ANO"

Mais um ano está no fim... e com ele surge, para muitos, a sensação de não se ter cumprido todos os deveres, executado todas as tarefas, essa sensação chega a ser tão angustiante que as pessoas podem entrar em um  estado depressivo nesta época. 
Tudo que acaba, mesmo que nos trazem questionamentos, nos leva a uma análise  até mesmo nos não filósofos. Tipo: O que somos? Para onde vamos? O que vamos fazer? O que seremos? Então o fim do ano nos leva a refletir sobre um tempo que se foi e queremos saber o que fizemos e o que deixamos de fazer.
Podemos encontrar vários tipos de manifestações da “síndrome de fim de ano” são dois principais. O primeiro um estado parecido com a depressão, mas não é depressão, é uma  tristeza, uma sensação  de vazio, uma falta de não sei o que.
Nesse período é comum à introspecção, as pessoas questionam significados que até então elas atribuíram como natural à sua vida. Na maioria das vezes o sentido encontrado passa a não ser suficiente para cobrir esse vazio e esse mal-estar.  Geralmente, nesse momento, é comum as pessoas se apegarem muito ao que falta, ou seja,  as passam a acreditar que a “falta” é realmente do que não tem, das pessoas que perderam, saudade, planos e desejos não realizados, daí  o aumento da  tristeza da nostalgia e da angústia.
O segundo podemos considerar extremo, porque estamos pensando em uma oposição, enquanto o estado depressivo estaria próximo da tristeza, da falta e do vazio, esse que podemos chamar de compulsão  já se aproxima mais da euforia da  ansiedade. 
Essa sensação  é principalmente  alimentada pelo ato de consumir, no qual as pessoas aderem com extremo  entusiasmo essas datas “festivas” objetivando  acabar com o vazio. Dessa forma parece haver uma tentativa de negar, de camuflar o que falta,  com festas e presentes e todo o tipo de objetos de consumo. Mas nem sempre é possível o consumo na quantidade desejada, e isso gera uma angústia nas pessoas. E mesmo aderindo a esse consumo, após as compras, sempre vem uma falta e esse sentimento de vazio pode surgir na ressaca: as dívidas, ou mesmo a ressaca do álcool.
As  pessoas podem iludir euforicamente que tudo pode mudar num passe de mágica, da noite para dia, o que leva muitos a adotarem comportamento supersticiosos, não percebem que a mudança  não acontece no fim de ano, mas a cada dia e que DEVE ser construída, com muito trabalho e dedicação.
Somos livres se formos conscientes do que nos faz agir de uma ou de outra forma, podemos  escolher entre várias alternativas para direcionar a nossa vida. Você pode mudar seu projeto a hora que desejar. O importante é que suas escolhas sejam as melhores para o momento e importantes  para você. Ter consciência de suas escolhas é o primeiro passo para a sua realização pessoal, assim como para poder alterar essas escolhas até mesmo no minuto seguinte, a vida é um projeto sempre esperamos o “vir a ser” nunca somos nada, sempre estamos tudo.

Você fez tudo que podia fazer...se acha que poderia  ter feito mais, se programe e faça! Não fique a se lastimar pelo que não fez, o tempo não volta e enquanto você reclama ele passa também.