O acompanhamento psicológico para pacientes em processo bariátrico é muito importante, muitas vezes decisivo na felicidade e qualidade de vida do paciente.
A
cirurgia bariátrica não garante uma melhor qualidade de vida. Não é apenas uma
questão médica, mas também psicológica. Sabe-se que alguns pacientes, depois da
cirurgia, conseguem mudar o estilo de vida e manter um controle dietético
rigoroso ajustado à nova situação. Outros, apesar do emagrecimento, não
se adaptam à nova condição e mantêm uma péssima qualidade de vida. Há casos
também de pacientes que não conseguem manter o controle dietético e voltam a
ganhar o peso perdido (Koyama, 2007).
Existe
um impacto emocional, alguns lidam com esse impacto com resiliência, entretanto pode haver alterações
comportamentais negativas decorrentes do emagrecimento rápido, que podem ser: depressão,
ansiedade, ideação suicida e uso de substâncias tais como o álcool e o tabaco.
É
necessário haver um acompanhamento psicológico à pessoa que pretende realizar a
cirurgia para a redução de peso. A cirurgia bariátrica pressupõe três questões :
1) Tal
procedimento não apresenta consequências imediatas e duradouras. O sucesso no
tratamento depende da forma como o paciente vai lidar com o recurso cirúrgico.
O paciente precisa assumir um compromisso de novos hábitos alimentares pelo
resto da vida. Sem a mudança no comportamento radical no comportamento
alimentar, a cirurgia perde o poder emagrecedor e frustra pacientes que não
conseguem chegar ao peso desejado ou o fazem de maneira sofrida.
2) A
perda de peso, quando grande e acelerada, provoca uma mudança brusca na
estrutura corporal que não é assimilada com a mesma rapidez pelo próprio
paciente. É necessário tempo para que o paciente se adeque aos novos hábitos
alimentares e novo estilo de vida.
3) O emagrecimento não implica necessariamente a
uma melhor qualidade de vida, Muitos pacientes que se submetem ao procedimento
cirúrgico mostram uma associação direta entre emagrecimento e realização
pessoal.
Etapas do Acompanhamento
1.ª Fase: Pré-cirurgia –
média 5 sessões
-
Avaliação psicológica e emissão parecer
técnico;
-
trabalho didático para compreensão da cirurgia e do pós-cirúrgico;
-
Preparação para uma mente magra.
2.ª
Fase: Internação
-
Preparação psicológica do paciente para o internamento, cirurgia, período pós-cirúrgico imediato e da adesão aos seus requisitos.
3.ª Fase: Pós-cirurgia e
Follow-up - média 4 sessões
-
Psicoterapia cognitiva comportamental para um enquadramento na nova vida;
-
Reavaliação psicológica;
-
Alta – caso o paciente esteja de acordo e que sua adaptação esteja adequada.
(texto de apoio KOYAMA, RE. A
mobilidade de pacientes obesos no pós-cirúrgico bariátrico. São
Paulo, 2007. Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica.)
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