Terapias
Modelo Comportamental – Com base nas formas de aprendizagem (condicionamento clássico, condicionamento operante, aprendizagem social ou por observação e habituação), o modelo comportamental explicaria o surgimento e a manutenção dos sintomas do TOC.
A ansiedade seria uma resposta que, em determinado momento, ficou condicionada (associada) a certos estímulos (objetos, lugares, pensamentos, pessoas) e que, posteriormente, se generalizou para outros estímulos afins.
Modelo Cognitivo
– Com base na teoria de que nossos pensamentos influenciam nossas
emoções e nosso comportamento. Se tivermos uma forma de pensamento
distorcida para representar, avaliar e interpretar a realidade,
obrigatoriamente nosso comportamento e nossas emoções (afeto)
corresponderão a tal interpretação.
Terapia Cognitiva – A
Terapia Cognitiva é uma abordagem ativa, diretiva e estruturada.
Fundamenta-se numa base lógica teórica subjacente, segundo a qual o
afeto e o comportamento de um indivíduo são largamente determinados pelo
modo como ele estrutura o mundo. (as pessoas desenvolvem determinadas
crenças sobre si mesmas, sobre outras pessoas e o mundo).
Suas cognições baseiam-se em atitudes ou suposições (crenças)
desenvolvidas a partir de experiências prévias, em geral na infância na
medida em que a criança interage com outras pessoas significativas.
Durante grande parte da vida, a maioria das pessoas pode manter as crenças centrais relativamente positivas. (exemplo: - Eu posso fazer a maioria das coisas de forma competente, eu sou um ser humano funcional). As crenças centrais negativas podem vir à tona apenas durante momentos de aflição psicológica (exemplo: - O mundo é um lugar corrompido, as pessoas são más, as pessoas vão magoar-me).
As técnicas específicas empregadas são usadas dentro do quadro do
modelo cognitivista da psicopatologia. Essas técnicas destinam-se a
identificar, testar no real e corrigir conceituações distorcidas e as
crenças disfuncionais subjacentes a essas cognições. O paciente aprende
a dominar problemas e situações anteriormente consideradas
insuperáveis, através da reavaliação e correção de seu pensamento. O
terapeuta cognitivista ajuda o paciente a pensar e agir mais realística e
adaptativamente com respeito a seus problemas psicológicos, dessa forma
reduzindo os sintomas.
Esta abordagem consiste em experiências de aprendizagem específicas, destinadas a ensinar ao paciente as seguintes operações:
- Observar e controlar seus pensamentos negativos automáticos (cognições);
- Reconhecer os vínculos entre a cognição, o afeto e o comportamento;
- Examinar as evidências a favor e contra seus pensamentos automáticos distorcidos;
- Substituir as cognições tendenciosas por interpretações mais orientadas para o real;
- Aprender a identificar e alterar as crenças disfuncionais que predispõem a distorcer suas experiências.
Técnicas Cognitivas para o TOC – Várias técnicas
desenvolvidas dentro do modelo cognitivo são úteis no tratamento do TOC
e, entre elas, existem aquelas mais adequadas para cada manifestação
sintomática do TOC. Entretanto, aquilo que conhecemos como Questionamento Socrático constitui a ferramenta principal e mais concreta para corrigir pensamentos disfuncionais (crenças distorcidas), buscando uma “maneira” mais adaptada, racional e realista de interpretar os estímulos e a realidade da pessoa.
Mediante o treinamento desses exercícios o paciente acabará por
usá-los de forma automática no seu dia-a-dia, sempre que sua mente for
invadida por obsessões ou sentir-se compelido a executar algum ritual ou
alguma evitação, enfim, alguma compulsão.
Técnica Comportamental – A Terapia de Exposição e Prevenção de Rituais
tem-se mostrado muito eficaz na eliminação dos sintomas do TOC. Ela
está fundamentada exatamente nas modalidades de aprendizagem do
indivíduo, especialmente através da habituação. Utilizando-se a habituação pode-se levar o paciente de TOC a abster-se de evitar ou de executar os rituais neutralizadores dos pensamentos obsessivos (compulsões).
A Família e o portador de TOC - As atitudes
familiares interferem, sobremaneira, no tratamento do paciente com TOC. A
família tanto pode colaborar positivamente, como podem tornar o
tratamento mais difícil, já que o paciente necessita praticar exercícios
em casa e, muitas vezes, deve contar com a participação dos familiares . Por isso, as atitudes familiares devem ser coerentes com as orientações do terapeuta.
Andrade MA