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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O DIA DO AMANTE




Por que não um Dia dos Amantes? Já existe o Dia dos Namorados e hoje em dia a diferença entre namorado e amante tornou-se um pouco vaga. Quando é que namorados se transformam em amantes?
Segundo uma moça, experimentada na questão, que consultamos, se a mulher der para o mesmo homem mais de 17 vezes seguidas ele deixa de ser seu namorado e, tecnicamente, passa a ser seu amante. Os critérios variam, no entanto.
Em certas regiões, só depois de dormirem juntos dois anos é que namorados se tornam legalmente amantes. Alguns estabelecem um meiotermo razoável: 17 vezes ou dois anos, o que vier primeiro. Outros afirmam que a diferença está no grau de intimidade dos dois tipos de relacionamento.
Num caso, as pessoas vão para qualquer lugar onde haja camas — apartamento, hotel ou motel, sendo desaconselháveis hospitais, quartéis e lojas de móveis —, tiram a roupa um do outro às vezes usando só os dentes, atiram-se na cama, rolam de um lado para o outro, enfiam-se os dedos no orifício que estiver por perto, lambem-se, chupam-se, com ou sem canudinho, massageiam-se mutuamente com Chantibon, depois o homem penetra o corpo da mulher com o seu órgão intumescido e os dois corpos movem-se em sincronia até o orgasmo simultâneo, entre gritos e arranhões.
Então se separam, suados, e vão tomar um banho juntos antes de saírem para a rua. Quer dizer, uma coisa superficial e corriqueira. Já o namoro, não. No namoro, não apenas o órgão intumescido mas todo o corpo do namorado penetra na própria casa da namorada todas as quartas-feiras.
Eles se sentam lado a lado num sofá quente, coxa a coxa, e chegam a entrelaçar os dedos das mãos. Muitas vezes comem a ambrósia preparada pela mãe da moça com a mesma colher, gemendo baixinho.
Existe ainda o prazer indescritível de roçar com o braço o lado do seio da namorada, enquanto se conversa sobre futebol com o pai dela, um prazer que aumenta se, por sorte, estiver com um daqueles sutiãs pontudos usados pela última vez no Ocidente por Terry Moore, em 1953. A namorada, não o pai dela. Isto é que é intimidade.
Existem outros critérios para diferenciar namorado de amante.
Amante é o namorado que leva pijama, por exemplo. Uma maneira certa de saber que o namorado já é amante é quando, pela primeira vez, em vez de dar um par de meias para ele no Dia dos Namorados, ela dá um par de cuecas. E você terá certeza de que ele é amante quando sugerir que ela lhe dê um certo tipo de cuecas e ela responder, distraidamente, "esse tipo ele já tem...".
Mas estamos falando de namorados, ou amantes, solteiros. No caso do homem casado e com uma amante a coisa se torna mais complicada, e pouco invejável. No caso do homem casado e com várias amantes, se torna mais complicada ainda, e mais invejável. Antes de lançar o Dia dos Amantes os lojistas teriam que fazer uma pesquisa de mercado. O que despertaria a desconfiança dos entrevistados.
— O senhor tem amante?
— Foi minha mulher que o mandou?
— Estamos fazendo uma pesquisa de mercado e...
— Onde é que está o microfone? É chantagem, é?
— Não, cavalheiro. Nós...
— Está bem, está bem. Tem uma moça que eu vejo mas nem se pode chamar de amante. Pelo amor de Deus! É só meia hora de três em três dias. E ela é bem baixinha. "Amante" seria um exagero. Mas eu prometo parar!
Uma vez decidido o lançamento do Dia dos Amantes, as agências de propaganda teriam que escolher a estratégia de marketing ou, como se diz em português, o approach.
O tom das peças publicitárias variaria, é claro, de acordo com o tipo de comércio. As lojas de eletrodomésticos poderiam anunciar: "Tudo para o seu segundo lar." Ou então: "Faça-a se sentir como a legítima. Dê a ela uma máquina de lavar roupa." As joalherias enfatizariam sutilmente o
espírito de revanchismo do seu público-alvo, sugerindo: "Aquele diamante que sua mulher vive pedindo... Dê para sua amante." Ou, pateticamente: "Já que ela não pode ter uma aliança, dê um anel..."
Perfume: "Para que você nunca confunda as duas, dê Furor só para a outra..." Utilidades: "No Dia dos Amantes, dê a ela um despertador. Assim você nunca se arriscará a chegar tarde em casa." Os comerciais para televisão poderiam explorar alguns lugares-comuns. Por exemplo: Alguém entra no quarto e encontra a amante na cama. Atira um presente o seu colo. Isso a faz se lembrar de uma coisa. Ela abre a gaveta da mesade- cabeceira. E tira um presente. Ele vai pegar, mas o presente não era para ele. Ela levanta da cama, abre o armário e dá o presente para o seu amante escondido lá dentro. Congela a imagem. Sobrepõe logotipo do anunciante e a frase: "Neste Dia dos Amantes, dê uma surpresa." Hein?
Hein? Está bem, era só um exemplo.
As confusões seriam inevitáveis. Marido e mulher se encontram numa loja de lingerie. Espanto da mulher:
— Você aqui?
Marido:
— Ahn, hum, hmmm, sim, ohm, ahm, ram.
— E escolhendo uma camisola!
— É que, ram, rom, ham, ahm, grum. Certo. Quer dizer...
— E você pode me explicar o que está havendo?
— Grem, grum, rahm, rohrn, ahn...
— Não vai me dizer que estava comprando pra mim. Há anos que não uso camisola. Ainda mais desse tipo, preta, transparente e com decote até o umbigo.
— Eu posso explicar.
— Então explique.
— Ahm, rom, rum, rahm, grums.
— Explique melhor.
— Está bem! É para mim, está entendendo agora? Para mim!
— Você?...
— Há anos que eu tento esconder isso de você. Agora você pegou e vou revelar tudo. Adoro dormir de renda preta! Só me controlei até hoje por causa das crianças!
Ela compreende. Tenta acalmá-lo. Mas ele agora está agitado.
Bate no balcão e grita:
— Também quero ligas vermelhas, um chapelão e chinelos de pompom grená!
Ela o leva para casa, cheia de resignada compreensão. A amante ficará sem o seu presente no Dia dos Amantes, mas pelo menos o marido terá evitado qualquer suspeita. O único inconveniente é que terá de dormir de camisola preta pelo resto da sua vida conjugal.
Por que não um Dia dos Amantes? Você teria que tomar certas precauções, além de jamais entrar numa loja de lingerie. Como uma ausência sua em casa no Dia dos Amantes despertaria desconfiança,telefone para casa antes de ir festejar com a amante.
— Alô, a patroa está?
— Não, senhor.
— Estranho. Ela costuma estar em casa a essa hora. Mas é melhor assim.
Diga para ela que eu vou me atrasar um pouco. Estou no hospital para curativos. Nada grave. Fui atropelado por uma manada de elefantes.
— Sim, senhor.
Você se dirige para a casa da amante, com o embrulho do presente embaixo do braço. Começa a pensar na ausência da sua mulher em casa. Onde ela teria ido? Lembra-se então de que a viu mais de uma vez olhando com interesse uma vitrine cheia de cachimbos. Na certa pensando num presente para lhe dar. E súbito você pára na calçada como se tivesse batido num elefante. Você não fuma cachimbo!

Luiz Fernando Veríssimo

terça-feira, 20 de setembro de 2011

ASSERTIVIDADE



A assertividade é um comportamento de afirmar a sua pessoa como ela é, com suas virtudes e defeitos, com seus erros e acertos, de forma humilde e integral, respeitando tanto a si como ao próximo.



É bastante comum as pessoas terem dificuldades para expressar os seus sentimentos e opiniões,de modo que o outro entenda perfeitamente o que está querendo passar.

Esta dificuldade ocorre não somente no âmbito familiar, mas também na vida social e na vida profissional, não é uma dificuldade exclusiva de uma classe social, em todas as classes encontramos a dificuldade de comunicação.



Os comportamentos ou atitudes que se opõem à assertividade são: o  agressivo e o  passivo . Esses comportamentos estão muito distantes de onde está a assertividade.


Convém ressaltar que as pessoas não são exclusivamente agressivas, ou passivas,  ou assertivas, mas apresentam estados variáveis, dependendo de hora, local e de seu estado interno, e na maioria dos casos um tipo de comportamento de comunicação é predominante.
 
Vamos ver resumidamente cada comportamento.

O COMPORTAMENTO AGRESSIVO
O comportamento agressivo tem origem em pessoas principalmente descontroladas, que buscam se impor pela ameaça, pelo medo, mostrando uma falsa impressão de segurança inicial.

O comportamento agressivo só apresenta resultados no curto-prazo. O outro tem medo.

O interessante é que as pessoas, que desconhecem a origem da agressividade, têm uma "raiva" camuflada das pessoas agressivas, pois as sentem superiores porque não percebem que ali reside um carneiro frágil, que se traveste em pele de lobo, para lidar com sua inferioridade.

A s pessoas, quando agredidas, normalmente sentem-se oprimidas, abusadas, diminuídas pela falta de respeito em serem tratadas como seres humanos dignos.

A interação entre o agressor e o agredido acabam provocando como resultados:

- a perda de influência do agressor sobre os agredidos,
- a perda de respeito pelo agressor,
- a rejeição do agressor pelos agredidos,
- o isolamento do agressor,

e a conseqüente diminuição da já baixa autoestima do agressor.

Não importa em que ambiente a agressividade ocorra, o que houver para ser feito sempre será feito com produtividade baixa.

O COMPORTAMENTO PASSIVO
O comportamento passivo também tem origem na autoestima baixa, na pouca importância que a pessoa confere a si própria.

Essa pouca importância conferida a si própria leva as pessoas passivas a se perceberem-se como ignoradas e ignoradas, sentindo-se tanto sem poder como com falta de apoio.

A autoestima baixa, aliada à frustração por sua postura de Zeca Pagodinho:

- "Deixa a vida me levar, vida leva eu ... "

faz com que esse comportamento passivo conduza a uma inadequação entre o que a vida exige e o repertório menor que a atitude passiva disponibiliza.

É interessante notar que a autoestima baixa e o sentimento de inferioridade são comuns ao comportamento agressivo e ao passivo, diferindo somente o tipo de reação.
A passividade leva à omissão, a não aceitar correr riscos, leva a evitar assumir responsabilidades e a deixar de fazer quaisquer coisas pelas quais possa vir a ser responsabilizado no futuro ou a ser rejeitado.

Dessa forma o comportamento passivo frequente leva as pessoas a serem vistas como omissas, como inativas (não decidem, não fazem, se excluem de participar), como sem posição definida, e não sendo pessoas com a qual se possa contar, conduzem-se à solidão, ao isolamento.

E a sensação de exclusão reforça a autoestima baixa, reforça o comportamento passivo. E esse comportamento é a negação da produtividade e da melhoria contínua.

O assertivo:  Esse é aquele que quando lhe furam a fila   consegue  falar com a pessoa com toda tranquilidade e elegância.  É transparente pra falar e sabe ouvir. Sabe ouvir criticas sem levar para o lado  pessoal.  Trata as pessoas com respeito. Aceita acordos. Vai direto ao ponto sem ser áspero. 
Muitas vezes você foi agressivo com o colega de trabalho, mas acabou sendo passivo em casa. Mas essa flexibilidade só indica que é possível mudar um comportamento que não está valendo a pena. 
Podemos desenvolver assertividade.