Não
é no silêncio que os homens e mulheres se fazem, mas na palavra, no trabalho, na autorreflexão.
Por isto, o diálogo é uma exigência existencial.
Por isto, o diálogo é uma exigência existencial.
Não
há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens e mulheres.
Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há amor que a infunda.
Se não amo o mundo, se não amo a vida, se não amo os homens e mulheres, não é possível o diálogo.
Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há amor que a infunda.
Se não amo o mundo, se não amo a vida, se não amo os homens e mulheres, não é possível o diálogo.
Não
há, por outro lado, o diálogo, se não há humildade.
A
pronúncia do mundo, com que os homens e mulheres o recriam permanentemente, não
pode ser um ato arrogante.
O diálogo, como encontro dos homens e mulheres para a tarefa comum de saber agir, rompe-se, se seus polos (ou um deles) perdem a humildade.
O diálogo, como encontro dos homens e mulheres para a tarefa comum de saber agir, rompe-se, se seus polos (ou um deles) perdem a humildade.
Como
posso dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro,
nunca em mim?
Como
posso dialogar, se parto de que a pronúncia do mundo é tarefa de homens e
mulheres seletos e que a presença das massas na história é sinal de sua
deterioração que devo evitar?
Como
posso dialogar, se me fecho à contribuição dos outros, que jamais reconheço, e
até me sinto ofendido com ela?
Como
posso dialogar se temo a superação e se, só em pensar nela, sofro e definho?
A
autossuficiência é incompatível com o diálogo.
Os
homens e mulheres que não têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do
povo.
Não podem ser seus companheiros de pronúncia do mundo.
Não podem ser seus companheiros de pronúncia do mundo.
Se
alguém não é capaz de sentir-se e saber-se tão “Homem” quanto os outros, é que
lhe falta ainda muito que caminhar para chegar ao lugar de encontro com eles.
Neste
lugar de encontro, não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos:
há “Homens e mulheres” que, em comunhão, buscam saber mais.
há “Homens e mulheres” que, em comunhão, buscam saber mais.
Não
há também, diálogo, se não há uma intensa fé nos homens e mulheres.
Fé no seu poder de fazer e de refazer. De criar e recriar.
Fé no seu poder de fazer e de refazer. De criar e recriar.
Fé
na sua vocação de SER MAIS, que não é privilégio de alguns eleitos, mas
direito dos homens e mulheres.
Paulo Freire
Paulo Freire
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