Sob o aspecto histórico o nome Pânico tem origem no nome do Deus grego Pan, um ser transgênico , a mistura entre um ser humano e a cabra. Este deus era muito feio e teria assustado a própria mãe a ponto de fazê a correr após seu parto. Este deus vivia nas montanhas da Arcádia e seu comportamento mais comum era surgir, sem avisos, na presença das pessoas que, apresentavam em consequência, extrema reação de medo e intensos sinais de ansiedade, surgindo daí o termo pânico. Há referências de que os gregos erigiram um templo ao deus Pan na Acrópole, nas imediações do mercado principal de Atenas denominado Ágora: local ou praça pública. Assim foram observadas pessoas (pela civilização grega) que apresentavam medo de ir a este local, onde o termo Agorafobia começou a caracterizar o medo de frequentar tal mercado, ou melhor, os locais públicos. Provavelmente desde tal período a associação se mostrou profícua entre o Transtorno do Pânico a Agorafobia. (Caetano, 1990)
Ainda se convive com a ideia de que o portador da Síndrome do Pânico é alguém medroso, fraco de caráter, sem força de vontade, etc.. O que precisa ficar claro é que esse tipo de rotulação é fruto de mera desinformação que gera o preconceito. Na verdade, o perfil profissional que é mais frequentemente acometido pelo transtorno é o de pessoas inteligentes, sensíveis, criativas, perfeccionistas, dinâmicas, extremamente responsáveis, versáteis e muito comprometidas com o trabalho.
Bernard Rangé, ressalta, que algumas causas físicas, aliadas a situações e experiências emocionais e psicossociais do indivíduo, podem propiciar ao surgimento do transtorno do pânico. É o caso da baixa produção de serotonina (neurotransmissor produzido pelo cérebro, fundamental para a percepção e avaliação do meio que rodeia o ser humano, e para a capacidade de resposta aos estímulos ambientais), além de problemas no funcionamento da válvula mitral, entre outros. Ele considera prematuro concluir que há uma predisposição genética para o transtorno, embora reconheça que, na prática, as ocorrências em membros de uma mesma família são observadas com frequência significativa. “Não posso afirmar que a genética seja determinante. Há estudos neste sentido, mas creio que é cedo para conclusões”.
Aproximadamente de 10-12% da população geral já sofreu um Ataque de Pânico nos últimos 12 meses e entre 2-6% da população preenchem critérios para Transtorno do Pânico, com ou sem Agorafobia. Barlow (1999) definiu como Transtorno do Pânico com Agorafobia, a ansiedade sobre a recorrência do Pânico e, Transtorno do Pânico sem Agorafobia, o Pânico por si próprio.
Os quadros de ansiedade estão de maneira geral divididos grosseiramente em dois grupos:
1. Com comportamentos de apreensão, ideações de fim eminente, com início repentino associado a variações físicas perturbadoras.(Transtorno do Pânico);
2. Preocupação imaginária ou excessiva que se refere a várias circunstâncias vitais, com
incapacidade em enfrentar problemas antecipação negativa. (Ansiedade Generalizada)
Pessoas diagnosticadas com Transtorno do Pânico apresentam baixo comportamento ansioso fora dos Ataques de Pânico, baixa auto-observação de estados ansiosos, possuem argumentação lógica que propõe um entendimento de estado atual (não condizente), baixa relação entre ansiedade e estados corporais, além de normalmente apresentar baixa assertividade e alto índice de stress.
Cognitivamente o paciente portador do Transtorno do Pânico tem um senso de catastrofização marcante. Onde o transcurso contemplativo da sequência de eventos em sua vida tende a catástrofe quase que impreterivelmente. Este aspecto é marcante e ajuda muito na diferenciação de outros quadros ansiosos.
Cognitivamente o paciente portador do Transtorno do Pânico tem um senso de catastrofização marcante. Onde o transcurso contemplativo da sequência de eventos em sua vida tende a catástrofe quase que impreterivelmente. Este aspecto é marcante e ajuda muito na diferenciação de outros quadros ansiosos.
Uma pessoa mais vulnerável ficará apreensiva com essas sensações, considerando que já é acostumada a prestar mais atenção aos seus sinais corporais. Ela poderá começar a interpretar de maneira catastrófica, ou seja, seu pensamento diante do coração disparado, da dificuldade de respirar e das pernas moles pode ser: “e se eu estiver tendo um ataque cardíaco?”. A partir dessa ideia de perigo, ela começa a ficar mais apreensiva e os sinais iniciais se agravam. Percebendo o aumento destas sensações corporais, ela constata que realmente está tendo um ataque cardíaco, e assim, se instala por completo o ciclo do ataque de pânico.
Como saber se você tem síndrome de pânico?
Responda as questões abaixo com sim ou não:
- Foi parar no hospital achando que estava tendo um ataque no coração, só para mais tarde ouvir do médico que tudo isso não passava de uma crise de ansiedade?
- Ficou com medo da falta de ar que o aperto do peito causa, achando que vai parar de respirar?
- Só de entrar no carro já se apavorou porque tem medo de dirigir ou ficar preso no trânsito?
- Não conseguiu dormir e ficou na cama balançando as pernas freneticamente, ou em outro comportamento, com o coração palpitando?
- Sente todos os dias nervoso, morrendo de medo de sair do controle e surtar?
- Luta interminável com pensamentos ansiosos e preocupações obsessivas que não saem da sua cabeça?
- Sente um desconforto muito grande quando está em lugares abafados e fechados como cinemas, ônibus, supermercados?
- Sente Falta de ar;
- Sente um aperto forte na garganta e peito;
- Coração batendo muito mais que o normal (parece que vai sair do corpo);
- Formigamento em alguma parte ou por todo o corpo;
- Tontura e Náuseas;
- Febre alta seguida de ataques de ansiedade;
- Preocupações obsessivas e pensamentos indesejáveis;
- Falta de concentração;
- Medo dos outros acharem que você é louco?
Todos estes sintomas de ansiedade e desagradáveis sensações são comuns
em quem sofre do transtorno/síndrome do
pânico.Se você respondeu SIM a mais de 10 pergunta, você deve procurar um profissional em psicologia ou psiquiatria.
A cura não se dá de forma
espontânea, o que significa que a sintomatologia não desaparece
a menos que a pessoa receba tratamento específico, especializado,
para que seja eficaz.
Atualmente, o tipo de tratamento para a Síndrome do Pânico que vem obtendo bons resultados tem se baseado nas recentes contribuições de estudos e pesquisas inspiradas numa visão integrada do ser humano ¾ psico-soma. Isso significa, em termos de tratamento, associar psicoterapia e medicamentos. Enquanto a psicoterapia auxilia a compreensão dos motivos do pânico e estimula as mudanças de atitudes necessárias para eliminá-lo, os medicamentos, em casos onde o quadro sintomatológico é mais intenso, garantem à pessoa o equilíbrio necessário para poder se beneficiar da psicoterapia.
O processo psicoterapêutico, em geral, leva alguns meses. Quando bem conduzido, num primeiro momento, evita as crises ou pelo menos reduz substancialmente a intensidade e a frequência delas, trazendo alívio significativo. Na medida em que vão ocorrendo as sessões psicoterapêuticas o paciente vai aprendendo mais sobre os seus sintomas, sobre si mesmo, e, sobretudo, aprendendo a agir em conformidade com essas descobertas ou novas percepções. Por conseguinte, ao familiarizar-se com suas potencialidades o paciente se tornará o próprio agente da mudança de seu estado ao invés de envergonhar-se dele.
Com efeito, esse é o passo mais difícil porém decisivo na medida em que funcionará como o elemento detonador do processo de cura. Tal atitude, que será obtida no próprio processo psicoterapêutico, fornecerá os meios necessários para que a pessoa acometida da Síndrome do Pânico se perceba capacitada para alcançar com sucesso a eliminação de tal mal. Trata-se de uma atitude imprescindível para a conquista da cura, e que pode ser traduzida por: reapropriação do respeito por si próprio.
Atualmente, o tipo de tratamento para a Síndrome do Pânico que vem obtendo bons resultados tem se baseado nas recentes contribuições de estudos e pesquisas inspiradas numa visão integrada do ser humano ¾ psico-soma. Isso significa, em termos de tratamento, associar psicoterapia e medicamentos. Enquanto a psicoterapia auxilia a compreensão dos motivos do pânico e estimula as mudanças de atitudes necessárias para eliminá-lo, os medicamentos, em casos onde o quadro sintomatológico é mais intenso, garantem à pessoa o equilíbrio necessário para poder se beneficiar da psicoterapia.
O processo psicoterapêutico, em geral, leva alguns meses. Quando bem conduzido, num primeiro momento, evita as crises ou pelo menos reduz substancialmente a intensidade e a frequência delas, trazendo alívio significativo. Na medida em que vão ocorrendo as sessões psicoterapêuticas o paciente vai aprendendo mais sobre os seus sintomas, sobre si mesmo, e, sobretudo, aprendendo a agir em conformidade com essas descobertas ou novas percepções. Por conseguinte, ao familiarizar-se com suas potencialidades o paciente se tornará o próprio agente da mudança de seu estado ao invés de envergonhar-se dele.
Com efeito, esse é o passo mais difícil porém decisivo na medida em que funcionará como o elemento detonador do processo de cura. Tal atitude, que será obtida no próprio processo psicoterapêutico, fornecerá os meios necessários para que a pessoa acometida da Síndrome do Pânico se perceba capacitada para alcançar com sucesso a eliminação de tal mal. Trata-se de uma atitude imprescindível para a conquista da cura, e que pode ser traduzida por: reapropriação do respeito por si próprio.
Na clínica Cognitivo-Comportamental o uso de automonitoramento, inventários, análise das queixas concomitante a análise funcional do relato, a apresentação de informações ao paciente sobre a doença garantem ao profissional o diagnóstico adequado do caso.
Concluindo, o diagnóstico do Transtorno do Pânico para abordagem Cognitivo e Comportamental é fundamental para escolha adequada do tratamento pertinente ao transtorno e, devido ao histórico do Transtorno do Pânico, sua epidemiologia, a publicidade advinda dos meios de comunicação e o sofrimento paciente, pode não ser uma fácil tarefa, mas que só exige investigação, atenção e cuidado.
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