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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Baratas: “Praga infernal”

A cada ano, a Ciência avança em diversas áreas, ampliando o conhecimento em questões como genética, ecologia e doenças de todos os tipos. No entanto, uma questão vem sendo alvo das mais variadas especulações, sem ter o devido respaldo científico: as baratas.

Estes pequenos artrópodes são, ao mesmo tempo, abominados e mitificados pelos seres humanos. As indagações a respeito das baratas são tantas que já renderam até filmes de ficção como Praga infernal, de 1975; Baratas assassinas, de 1998; Joe e as baratas, de 1996, entre outros. Acredita-se até que as baratas sejam capazes de sobreviver a ataques nucleares.

Em virtude disso, um grupo de pesquisadores da UFRJ decidiu estudar mais a fundo esses insetos, a fim de desmistificá-los e mostrar que as baratas têm, apesar de tudo, um papel importante no meio ambiente.

Segundo a bióloga Suzete Bressan Nascimento, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ), o projeto “Baratas: procuradas vivas ou mortas”, coordenado pelo biólogo Hatisaburo Masuda, nasceu a partir de um estudo com vespas, um inimigo natural da barata. De acordo com a bióloga, a vespa parasita a estrutura de proteção dos ovos das baratas, uma cápsula chamada ooteca, impedindo que as larvas nasçam. “Isso faz com que a vespa controle naturalmente a população de baratas. Nosso objetivo é trocar dez baratas por uma vespa”, afirma.

O asco dos seres humanos com relação às baratas tem origem na infestação do inseto nas áreas domésticas. “A barata é um vetor contaminante. Ela vive no lixo, em esgotos e se alimenta de matéria orgânica em decomposição. Tudo isso gera certo nojo nas pessoas, que podem até desenvolver entomofobia, que é a aversão a insetos”, explica. Segundo a bióloga, as baratas são uma das causas, até mesmo, de infecções hospitalares.

No entanto, o extermínio desses insetos não seria solução viável, pois poderia levar a um desequilíbrio ambiental. “As baratas são decompositoras, fazem parte da cadeia alimentar. Elas compõem um ciclo que contribui para o equilíbrio da natureza, além de servirem também de alimento para pequenos animais, como pássaros, roedores e anfíbios”, conclui Suzana Bressan.

Para evitar a infestação, o ideal é manter um alto grau de higiene nas áreas domésticas. Acúmulo de lixo ou resto de alimentos geram o ambiente perfeito para a proliferação de insetos e, em especial, da barata.

Fonte: Stephanie Tondo / Olhar Vital -UFRJ

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS 2010: EM LEILÃO, OS OVÁRIOS DAS MULHERES!


“Isso aqui”, o Brasil, não é um colônia religiosa, não é um Reino e nem um Império, é uma República! Dado o clima do segundo turno das eleições presidenciais brasileiras, parece que as urnas vão parir uma Rainha ou um Rei de Sabá, uma Imperatriz ou um Imperador, que tudo pode, manda em tudo e que suas vontades e ideias, automática e obrigatoriamente, viram lei! Não é bem assim…
Bastam dois neurônios íntegros para nos darmos conta que o macabro leilão de ovários de todas as brasileiras, em que o aborto virou cortina de fumaça, objetiva encobrir o discurso necessário para o povo brasileiro do que significa, timtim por timtim, eleger Serra.
No tema do aborto a tendência mundial é, no mínimo, o aumento dos permissivos legais, que no Brasil são dois, desde 1940: gravidez resultante de estupro e risco de vida da gestante.  Pontuando que legalização do aborto ou o acesso a um permissivo legal existente não significa jamais a obrigatoriedade de abortar, apenas que a cidadã que dele necessitar não precisa fazê-lo de modo clandestino, praticando desobediência civil e nem arriscando a sua saúde e a sua vida, cabe ao Estado laico e democrático colocar à disposição de suas cidadãs também os meios de acessar um procedimento médico seguro, como o abortamento.
Negá-lo, como tem feito o Brasil, que se gaba de possuir um dos sistemas de saúde mais badalados do mundo que garante acesso universal a TODOS os procedimentos médicos que não estão em fase de experimentação, é imoral, pois quebra o princípio do acesso universal do direito à saúde! Eis os termos éticos para o debate sobre o aborto numa campanha eleitoral.
Então, o que estamos assistindo nas discussões do atual processo eleitoral é uma disputa para ver quem é a candidatura mais CAPAZ de desrespeitar os princípios do SUS, pasmem, em nome de Deus, num Estado laico! Ora, quem ocupa a presidência da República pode até ser carola de carteirinha, mas para consumo pessoal e não para impor seus valores para o conjunto da sociedade, pois a República não é sua propriedade privada!
Repito, não podemos esquecer que isso aqui, o Brasil, é uma República que se pauta por valores republicanos a quem todos nós devemos respeito, em decorrência, não custa nada dizer às candidaturas que limitem as demonstrações exacerbadas de carolice ao campo do privado, no recesso dos seus lares e de suas igrejas, pois não estão concorrendo ao governo de um Estado teocrático, como parece que acreditam. Como cidadã, sinto-me desrespeitada com tal postura.
As opções religiosas são direitos pétreos e questões do fórum íntimo das pessoas numa democracia. Jamais o norte legislativo de uma Nação laica, democrática e plural. Para professor uma fé e defendê-la é preciso liberdade de religião, só possível sob a égide do Estado laico, onde o eixo das eleições presidenciais é a escolha de quem a maioria do povo considera mais confiável para trilhar rumo a um país menos miserável, de bem-estar social, uma pátria-mátria para o seu povo.
Ou há pastores/as e padres que insistem em ignorar a realidade? “Chefe religioso” ignorante de que a sua religião necessita das liberdades democráticas como do ar que respiramos, não merece o lugar que ocupa, cabendo aos seus fiéis destituí-los do cargo, aí sim em nome de Deus, amém!
O leilão de ovários em curso resulta de vigarices e pastorices deslavadas, de má-fé e falta de escrúpulos que manipulam crenças religiosas de gente de boa-fé para enganá-las, como a uma manada de vaquinhas de presépio, vaquejadas por uma Madre Não Sei das Quantas, cristã caridosa e reacionária disfarçada de santa, exemplar perfeito de que pessoas desse naipe só a miséria gera. Num mundo sem miséria, madres lobas em pele de cordeiro são desnecessárias e dispensáveis. É pra lá que queremos ir e o leilão de ovários quer impedir!
Quem porta uma gota de lucidez tem o dever, moral e político, de não permitir que a escória fundamentalista de qualquer religião, que faz da religião um balcão de negociatas que vende Deus, pratica pedofilia e fica impune e ainda tem a cara de pau de defender a impunidade para pedófilos e os acoberta desde os tempos mais remotos, nos engabele e ande por aí com uma bandeja de ovários transformando a escolha de quem presidirá a República num plebiscito pra definir quem tem mais mão de ferro pra mandar mais no território do corpo feminino!
Cadê a moral dessa gente desregrada para querer ditar normas de comportamento segundo a sua fé religiosa para o conjunto da sociedade, como se o Brasil fosse a sua “comunidade religiosa”? Ora, qualquer denominação religiosa em terras brasileiras está também obrigada ao cumprimento das leis nacionais, ou não? Logo o que certas multinacionais da religião fizeram no processo eleitoral 2010 tem nome, chama-se ingerência estrangeira na soberania nacional. E vamos permitir sem dar um pio?
Diante dessa juquira (brotação da mata pós-desmatamento), onde só medrou urtiga e cansanção, cito Brizola, que estava coberto de razão quando disse: “O Brasil é um país sem sorte”, pois em pleno Século 21 conta com candidaturas presidenciais (não sobra uma, minha gente!) reféns dos setores mais arcaicos e feudais de algumas religiões mercantilistas de Deus.
É hora de dar um trato ecológico na juquira que empana os ideais e princípios republicanos, fora dos ditames da “moderna” agenda verde financeira neoliberal da “nova política”, que no Brasil é infectada de carcomidas figuras, que bem sabemos de onde vieram e pra onde vão, se o sonho é fazer do Brasil um jardim de cidadania, similar ao que Cecília Meireles tão lindamente poetou.
“Quem me compra um jardim com flores?/ borboletas de muitas cores,/ lavadeiras e passarinhos,/ ovos verdes e azuis nos ninhos?/ Quem me compra este caracol?/ Quem me compra um raio de sol?/ Um lagarto entre o muro e a hera,/ uma estátua da Primavera?/ Quem me compra este formigueiro?/ E este sapo, que é jardineiro?/ E a cigarra e a sua canção?/ E o grilinho dentro do chão?/ (Este é meu leilão!)” [Leilão de Jardim, Cecília Meireles].
Em 2010 em nosso país o que está em jogo é também a luta por uma democracia que se guie pela deferência à liberdade reprodutiva e que considere a maternidade voluntária um valor moral, político e ético, logo respeita e apoia as decisões reprodutivas das mulheres, independente da fé que professam. Nada a ver com a escolha de quem vai mandar mais no território dos corpos das mulheres! Então, xô, tirem as mãos dos nossos ovários!

E-mail: fatimaoliveira@ig.com.br  * Fátima Oliveira é médica e escritora. Feminista. Integra o Conselho Diretor da Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR) e o Conselho Consultivo da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe (RSMLAC). Escreve uma coluna semanal no jornal O Tempo (BH, MG), desde 3 de abril de 2002. Uma das 52 brasileiras indicadas ao Nobel da Paz 2005, pelo projeto 1000 Mulheres para o Nobel da Paz 2005. Autora dos seguintes livros de divulgação e popularização da ciência: Engenharia genética: o sétimo dia da criação (Moderna, 1995 – 14a. impressão, atualizada em 2004); Bioética: uma face da cidadania (Moderna, 1997 – 8a. impressão atualizada, 2004); Oficinas Mulher Negra e Saúde (Mazza Edições, 1998); Transgênicos: o direito de saber e a liberdade de escolher (Mazza Edições, 2000); O estado da arte da Reprodução Humana Assistida em 2002 e Clonagem e manipulação genética humana: mitos, realidade, perspectivas e delírios (CNDM/MJ, 2002); Saúde da população Negra, Brasil 2001 (OMS-OPS, 2002). Autora dos seguintes romances: A hora do Angelus (Mazza Edições, 2005); Reencontros na travessia: a tradição das carpideiras (Mazza Edições, 2008); e Então, deixa chover (no prelo). Belo Horizonte, 07 de outubro de 2010.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dia do Habitat

O Dia Mundial do Habitat é celebrado hoje, 04 de Outubro, para se refletirmos sobre o estado das cidades e os direitos dos seres humanos a uma vida digna.
Organização das Nações Unidas em Outubro de 1985, instituiu essa data  com o objetivo de enfatizar o mundo sobre a responsabilidade coletiva pelo futuro do habitat da humanidade, e por consequência de todos os integrantes  da terra sejam seres bióticos ou abióticos.
Essa data é para marcar o nosso desafio em manter o  futuro elevando  a consciência sobre a necessidade de melhor planificação das ações de urbanização,  modernização ou ainda de desenvolvimento e incentivar  que essas ações sejam  práticadas de forma à preservar o pouco que nos resta e restaurar o que é possível da natureza.
Nos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento, as cidades sentem os efeitos das mudanças climáticas, a redução de recursos, a insegurança alimentar, o crescimento populacional e instabilidade economica são fatores  que transformam a vida nos centros urbanos em uma vida de péssima qualidade.
No nosso país, em vias de desenvolvimento assim como em outros , continuamos a presenciar  índices elevados de urbanização e sua  as consequências, assentamentos precários sem infraestrutura adequadas para atender a procura das populações urbanas crescentes, enfim o  desrespeito aos direitos humanos.
Com mais de metade dos habitantes do mundo vivendo  em áreas urbanas e com as expectativas de crescimento em alta , não há dúvidas, que precisamos de uma  “agenda urbana”, uma prioridade mundial.
No Brasil devemos apoiar a permacultura urbana, com isso poderíamos corrigir o crescimento irregular da cidade e os seus efeitos negativos ao meio ambiente, proorcionando aumento na qualidade de todos os integrantes do meio ambiente.
O meu habitat é o meio ambiente, minha casa é a terra, e minha morada minha casa.
Qual é o seu Habitat???