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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Integração solidária e os desafios para a consolidação de um novo sistema econômico

Integração solidária e os desafios para a consolidação de um novo sistema econômico
Experiências e expectativas foram debatidas em uma assembleia intercontinental, na tarde de hoje. A atividade foi realizada no lonão América, montado no Parque da Medianeira, e contou com a moderação de Ademar Bertucci, da Cáritas Brasileira, e como debatedores Carola Reintjes, da Espanha e representante da Organização Internacional de Economia Solidária, e Eduardo Letelier, do Chile, representando o Espaço Mercosul Solidário.


Durante a assembleia, foi feita uma retrospectiva da economia solidária, sua formação em diversos países e como se desenvolveu esse processo. Inúmeros representantes de entidades ligadas à economia solidária deram seu depoimento e destacaram a integração entre mercados como uma forma de consolidação da prática, já difundida na América Latina. Conforme Carola, deve ainda ter um salto de desenvolvimento ainda maior, visto que o atual sistema econômico está em crise. Carola ainda falou sobre uma economia solidária reconhecida a partir de políticas públicas e, num futuro bem próximo, sobre a instituição de centros de experiências e socialização de boas práticas, através de união de setores, como poder público, universidades, centros formadores e de capacitação de agentes.


“O mundo está em crise, o modelo econômico também, e a economia solidária está crescendo. Estamos mostrando que uma alternativa econômica é possível, onde o pequeno é belo, é bonito, assim como o grande”, salientou a espanhola, que vê como ponto positivo no Brasil a paixão como a qual a economia solidária é feita. Durante a assembleia também foi relatada a experiência dos Estados Unidos, que tem uma experiência mínima se comparada com a América Latina. Nos EUA a economia solidária é feita a partir de uma articulação para o fórum social norte-americano, sendo uma vertente do Fórum Social Mundial. Apenas em 2007, a economia solidária começou a se fazer presente no país da América do Norte e, até agora, pouca pessoas ouviram falar dessa prática.


Em junho de 2010, na cidade de Detroit, estado americano do Michigan, acontecerá o fórum norte-americano, e um dos eixos da atividade será a economia solidária. O representante da Rede Nacional de Organizaciones Del Banco Popular de La Buena Fe, da Argentina, Juan Antonio Geerneck, falou sobre os desafios de se militar dentro desse movimento e das características de cada região que interferem nas políticas adotadas. “Tem lugares em que um povo tem que ter mais luta que o outro, então é preciso uma mobilização maior. A economia solidária é um trabalho diário, de altos e baixos, mas é um trabalho que dá resultado”, comentou.


Participaram da atividade, representantes do Brasil, Porto Rico, Estados Unidos, Espanha, Japão, Uruguai, Chile, Argentina, Paraguai e Japão. As resoluções tiradas serão levadas para discussão durante os grandes seminários que acontecem nesse sábado, entre 9h e 18h, nos lonões montados no Parque da Medianeira.

Enviada por Daiani Ferrari - MTb 13.509
Assessoria de Imprensa 1º Fórum Social de Economia Solidária e 1ª Feira Mundial de Economia Solidária
Telefone: (55) 9159.7375
Santa Maria/ RS - Brasil

domingo, 24 de janeiro de 2010

Passeio Socrastico*

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão.

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir:

- "Qual dos dois modelos produz felicidade?"
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei:

- "Não foi à aula?"

Ela respondeu: - "Não, tenho aula à tarde". Comemorei:

- "Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde".

- "Não", retrucou ela, "tenho tanta coisa de manhã..."

- "Que tanta coisa?", perguntei.

- "Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina", e começou a elencar seu programa de garota robotizada.

Fiquei pensando: - "Que pena, a Daniela não disse: "Tenho aula de meditação!"

Estamos construindo super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um superexecutivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! - Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: "Como estava o defunto?". "Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!" Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais…

A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é "entretenimento"; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!"O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor.. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno.... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald's…

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: "Estou apenas fazendo um passeio socrático." Diante de seus olhares espantados, explico: Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.

*Frei Betto - Frei dominicano. Escritor.

sábado, 23 de janeiro de 2010

RECUSE ESSA IDÉIA




EU SEI QUE A GENTE SE ACOSTUMA...MAS NÃO DEVIA
( Marina Colasanti)


A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não abrir de tudo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender cedo a luz.
E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.


A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não da para almoçar.
A sair do trabalho porque já é de noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.


A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre guerra.
E aceitando a guerra
aceita os mortos e que haja números para os mortos.
E aceitando os números aceitanão acreditar nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números da longa duração.


A gente acostuma esperar o dia inteiro e ouvir ao telefone: hoje não posso ir...
A sorrir para as pessoas sem perceber um sorriso de volta, a ser ignorado quando  tanto precisava ser visto.


A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita.
E a lutar para ganhar dinheiro com que pagar e a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais e a procurar mais trabalhos para ganhar mais dinheiro
para ter com que pagar nas filas em que se cobra.


A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes.
A abrir as revistas e ver anúncios.
A ligar a televisão e assistir comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.  
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na rua infindável dos produtos.


A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarros.
A luz artificial de ligeiro tremor.

Ao choque que os olhos levam na luz natural. As bactérias na água potável.
À  lenta morte dos rios.
Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo na madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher frutas no pé, a não ter sequer uma planta.


A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PEGADA ECOLÓGICA

Medir a pegada ecológica, que indica a maneira como o homem utiliza os recursos naturais.
Calcula e compara o que cada um, cada região ou cada país gasta, consoante o grupo social ou o local geográfico onde se encontra.
Portanto , a pegada ecológica mostra a quantidade de terra e de água que são utilizadas para
produzir tudo o que uma pessoa consome: alimentos, energia, meios de transporte,
vestuário e outros bens materiais ou intangíveis que sustentam um determinado estilo de
vida.
A unidade de cálculo utilizada é o hectare, unidade de superfície equivalente a dez mil metros quadrados. O planeta proporciona, atualmente, em média, dois hectares por pessoa. Em 2050, com uma população mundial de dez mil milhões de habitantes, o espaço cairá para 1,2 hectare. As perspectivas são críticas, já que actualmente a pegada ecológica da humanidade é 30% superior aos recursos existentes no mundo.

Calcule a sua pegada ecológica no site da WWF Brasil....

http://www.wwf.org.br/wwf_brasil/pegada_ecologica/calculadora/

Agora veja o que pode fazer para diminuir essa pegada.

Para que se consiga viver de um modo sustentável é necessário tomar algumas medidas. De seguida vamos enumerar medidas que permitem uma redução no consumo de bens e o seu uso eficiente:

Alimentos

  • Preferência pelo consumo de produtos nacionais ou produzidos localmente, por alimentos da época e produzidos através da agricultura biológica;
  • Incremento da produção local de alimentos, nos quintais e hortas existentes;
  • Adoção de uma alimentação preferencialmente à base de cereais e vegetais, em detrimento da carne e peixe;
  • Redução do consumo de “fast food”.

Bens de consumo

  • Redução do nível de consumo, principalmente de bens supérfluos;
  • Preferência de produtos “amigos do ambiente”, duradouros, reciclados ou recicláveis;
  • Reutilização e reaproveitamento de bens, compra em segunda mão.
    Energia e água
  • Poupança de energia e água através de simples práticas caseiras, como seja o isolamento térmico, utilização de lâmpadas e aparelhos eléctricos de menor consumo, diminuição do volume de água do autoclismo, etc.;
  • Se for viável, investimento em painéis solares ou outras formas de energia renovável.

Transportes

  • Utilização preferencial de transportes públicos, principalmente ferroviários;
  • Sempre que possível andar a pé ou de bicicleta;
  • Manutenção frequente da viatura particular; compra de carros de baixo consumo e abastecidos a gasolina sem chumbo.

Serviços públicos

  • Adoção de formas de lazer e turismo com menores impactos ambientais (eco-turismo).

Resíduos

  • Compostagem de resíduos orgânicos no jardim ou quintal de casa, ou doação;
  • Reciclagem de papel, vidro, plástico, embalagens, pilhas, latas (ecopontos);
  • Reutilização e reaproveitamento de bens, utilização de sacos de compras reutilizáveis;
  • Prioridade de compra de produtos que não venham envolvidos em embalagem excessiva.
Espero que consigamos..diminuir nossa pegada assim garantimos nosso futuro.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Essas são algumas das conclusões da pesquisa que o Movimento Nossa São Paulo encomendou ao Ibope e lança hoje (19/1)

No geral temos:

A nota média geral para a qualidade de vida na cidade ficou em 4,8. E as notas médias para cada um dos temas, em ordem decrescente:

Relações Humanas – 6,5
Religião e Espiritualidade – 6,3
Trabalho – 6,2
Tecnologia da Informação – 6,0
Sexualidade – 5,4
Relação com animais – 5,2
Consumo – 5,2
Aparência / estética da cidade – 5,1
Saúde – 5,1
Educação – 5,0
Lazer e modo de vida – 4,7
Habitação – 4,7
Valores pessoais e sociais – 4,6
Juventude – 4,6
Meio Ambiente – 4,6
Terceira Idade – 4,4
Segurança – 4,3
Esporte – 4,3
Infância e adolescência – 4,3
Cultura – 4,2
Acessibilidade para pessoas com deficiência – 4,2
Transporte / trânsito (mobilidade) – 4,0
Assistência Social – 3,9
Desigualdade Social – 3,9
Transparência e Participação Política – 3,3

Para ler na íntegra a cesse o link

http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/arquivos/Pesquisa_IRBEM_Ibope_2010.pdf